segunda-feira, setembro 14, 2009

Danço eu, dança você


Bethânia amargava na introspecção. Isso porque conhecera um sentimento da pior qualidade: a desilusão. Desta vez nada tinha a ver com o coração, seja partido ou vazio. O cotidiano de responsabilidades a decepcionava.
Pessoas sem respeito, mal educadas, ciumentas, que sentem prazer em desvalorizar o próximo, o excesso de afazeres e as péssimas condições de sobrevivência. Ela não conseguia aceitar a justificativa: “tem muita gente em situação pior”. Sim, existe, mas ela não tinha culpa disso. E também lembrava que tinha outras muitas criaturas em condições bem melhores.
O último golpe viera de uma pessoa muito próxima. Sabe aquelas amigas com quem, há décadas, andava de bicicleta, ia pra escola e brincava de boneca diariamente? E mesmo depois de tanto tempo, jamais perderam o contato. Pois é, essa amiga resolvera partir para um nível inferior e tentar dar uma rasteira profissional. Para uma escritora iniciante como Bethânia, tal acontecimento poderia ser fatal.
As canetas receberam férias. Várias borrachas foram gastas, na tentativa vã de apagar alguns fatos. O rádio estava no volume mínimo. E se ele desligar...

segunda-feira, agosto 24, 2009

No blog do Carpinejar...

DAS HISTÓRIAS LINDAS DOS LEITORES
Arte de Tony Cragg




"Olá!

Eu não venho aqui porque tenho dúvidas no relacionamento ou porque carrego um coração em pedaços. Minha intenção é te agradecer. Esclareço:

Há um ano, tu patrono da Feira do Livro de São Sepé - RS, eu na busca de um livro teu para presentear um colega que faria aniversário em seguida:
- Oi. Quero levar este livro. - disse eu, após demorada escolha.
- Aproveita e pega o autógrafo do autor, ele tá ali. - apontou a vendedora. (tu tomava chimarrao dentro do caminhão dos livros)
Eu, vermelha, roxa, azul, verde, multicolorida de vergonha, fui lá.
- Pode autografar?
- Claro, qual é teu nome? - tu respondeu.
- Não é pra mim. É pra um amigo. O nome dele é Sidi. - repliquei.
(...)
- Olha aqui: "Para Sidi, o amor que nasce nesta amizade". - tu leu.
- Mas como tu sabe? - respondi extremamente desajeitada.
- Eu percebi quando tu entrou. - replicaste.

Pois bem, venho comunicar que o meu casamento com o Sidi está marcado para outubro de 2010. O "Livro de Visitas" foi a gota d'água para que um relacionamento de amizade - que escondia diversos outros sentimentos - perdesse as vergonhas e se tornasse um romance assumido. E uma cumplicidade inquebrável. E um laço bem amarrado.

Beijo
Fernanda"

Acessa aqui o blog dele.

quinta-feira, julho 30, 2009

Eu vejo um novo começo de era

No percurso da vida, mudar é inevitável. Maria Rita canta bem as primeiras modificações que se sofre, pois “crescendo foi ganhando espaço, pulou do meu braço, nasceu outro dia e já quer ir pro chão”. Luiz Gonzaga entendia bem a fase seguinte, em que “toda menina que enjoa da boneca é sinal que o amor já chegou no coração. Meia comprida, não quer mais sapato baixo”(ela só quer, só pensa em namorar).

Há um tempo atrás, a Xuxa incentivava as mudanças, com seu próprio exemplo “esteja o meu destino onde estiver eu vou buscar a sorte e ser feliz”. Nei Lisboa ainda é mais ousadinho: “eu tô abrindo a estrada que chega aonde eu for” (e o acaso me deixou na porta da tua casa).

Porém, existem casos complicados, onde o amor está relacionado. O povo do Timbalada já passou por isso: “eu fui embora meu amor chorou. Eu vou nas asas de um passarinho, eu vou nos beijos de um beija-flor, no tic tic tac do meu coraçããão”. Os Los Hermanos ainda tentaram reparar, demonstrar cuidado: “eu hoje vou pro lado de lá, eu tô levando tudo de mim que é pra não ter razão de chorar. Vê se te alimenta e não pensa que eu fui por não te amar”. (ai, essa doeu no coraçãozinho. Snif...). Ainda bem que alguém se deu conta que nem tudo muda tanto assim. Bidê ou Balde que o diga: “é sempre amor mesmo que acabe. Com ele aonde quer que esteja, é sempre amor mesmo que mude, é sempre amor mesmo que alguém esqueça o que passou”. (canção proibida para quem possui problemas cardíacos. Ai, ai...)

Mas claro. Não podemos esquecer que tem gente que de fato quer mudar. Chitãozinho e Xororó entendem bem: “tranquei a porta do meu peito, depois joguei a chave fora e bem depressa mandei a solidão embora” (dona das minhas vontaaaades... com direito a dancinha). A mãe de Zezé di Camargo e Luciano (o dia em que eu saíííí de casa minha mãe me disse...) também sabe das coisas: “Meu filho vá com Deus que este mundo inteiro é seu. Eu sei que ela nunca compreendeu os meus motivos de sair de lá, mas ela sabe que, depois que cresce, o filho vira passarinho e quer voar”. Eu, hoje me incluo neste grupo, pois “tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito”. Agradeço aos queridos leitores e as fontes por me acompanharem durante minha trajetória no jornal A Fonte. As Pílulas de Vinil continuarão sendo publicadas em: www.fernandacouto.blogspot.com. Abraços!

quarta-feira, julho 22, 2009

Com a bênção de São Jorge


O jargão “com a cabeça na lua” concretizou-se há 40 anos, quando dois astronautas estadunidenses chegaram ao satélite natural da Terra. Até hoje há quem duvide de tal façanha. Para não entrar em atritos, convido-os a viajar para o mesmo destino, através de algumas músicas.
Meu convite não é nada moderno, afinal Celly Campelo já narrava suas peripécias lá nos anos 60: “Tomo um banho de lua, fico branca como a neve, se o luar é meu amigo, censurar ninguém se atreve. É tão bom sonhar contigo, oh! Luar tão cândido”. Eu também evocava a bolinha prateada lá de cima, há uns 20 anos atrás, quando acompanhava a Xuxa: “Lua de cristal que me faz sonhar, faz de mim estrela que eu já sei brilhar. Lua de cristal nova de paixão, faz da minha vida cheia de emoçããããão”. Também não poderia faltar aquele famoso astronauta – o de mármore, entoado pelo Nenhum de Nós, que avisa: “A lua inteira agora é um manto negro Oh! Oh!”.
O tempo passou, os ritmos mudaram mas o tal satélite mantinha-se em alta, como Katinguelê mostrou, através do pedido: “Lua vai iluminar os pensamentos dela, fala pra ela que sem ela eu não vivo, viver sem ela é meu pior castiiiigo”(isso aí, todo mundo com a mãozinha pra cima e fazendo o passinho).
Duas bandas bem legais também resolveram utilizá-la para falar dos amores e devaneios, como “Tendo a lua, aquela gravidade aonde o homem flutua, merecia a visita não de militares, mas de bailarinos e de você e eu”, que chegou aos nossos ouvidos pela voz de Herbert Viana, em 1991. E saber que, “hoje a noite não tem luar e eu estou sem ela, já não sei onde procurar, não sei onde ela está”, combinado com a voz triste do Renato Russo, completa.
Para os mais modernos, a lua tornou-se presente: “não há no mundo quem possa te dizer
que não é tua a lua que eu te dei, pra brilhar por onde você for”, garante a presenteadora Ivete Sangalo. Há ainda quem desqualifique o satélite como mau caráter. Joelma e o Calypso que o digam afinal, “a lua me traiu! Acreditei que era prá valer. A lua me traiu!
Fiquei sozinha e louca por vocêêê... aaaah aaaah”.
Ao pesquisar, percebi que há muita música que se utiliza da lua pra poetizar. Não cabiam todas neste espaço, portanto, optei pelas mais conhecidas. Dentre todas, há uma muito fofa, que por muitas vezes me identifico: “Lua Cheia, fica doida, Lua Cheia, vamos namorar. Lua Nova, vida boa, Lua Nova, ela quer casar”. Sim, é Lua Nova.

terça-feira, julho 21, 2009

Rei, pra sempre majestade


Sandra era mais velha, mais legal, mais bonita e hoje, sei que era a mais paciente. Quando chegara com aquela sacola de mercado que continha uma garrafa de refrigerante e um copo promocional, despertara a curiosidade. Era mais que um desejo de consumo, pois minha mãe não deixava eu tomar refrigerante toda hora e o copo era de um tal de rei do pop. Rei, eu até entendia, afinal, conhecia bem a rainha dos baixinhos, mas pop...
Mais de uma década depois, a memória buscava aquele fatídico 1993. A tentativa era de recordar os passinhos de dança que a Sandra ensinara enquanto exibia seu copo do Michael Jackson. Entre aquelas paredes verdes, Black or White era o som. Há poucos dias, a notícia que não se esperava. A Terra parou com a notícia da morte de Jackson. Mais do que triste, fiquei impressionada. Eu nunca imaginei presenciar um fato destes, mesmo sabendo que tal hora chega a todos os mortais. É, eu aprendera o significado de rei do pop.

quinta-feira, julho 02, 2009

Desabafo


Em uma semana, por diversas vezes senti a necessidade de escrever. Os assuntos são banais, mas transpor em letras o que sinto é a terapia mais apaixonante que conheço. Não é à toa que escolhi ser jornalista, assim como não é à toa que quero escrever, no mínimo, um livro.
À toa mesmo foi o discurso do ministro Gilmar Mendes, dizendo que jornalismo não é ciência, ou seja, não necessita de técnicas. E o assunto não é batido não! É necessário que mantenha-se em destaque para as pessoas não esquecerem que o direito e a qualidade da informação emitidas pelos meios de comunicação estão ameaçados.
Com orgulho, zelo pelo meu diploma, adquirido após quatro maravilhosos anos, entre aulas de teorias da comunicação, do jornalismo, redação jornalística, técnicas de pesquisa, reportagem e entrevista, assessoria de imprensa, radiojornalismo, comunicação comunitária, telejornalismo, sociologia da comunicação, ética, legislação, cibercultura, jornalismo online, língua portuguesa, história do jornalismo, estética, filosofia, fotojornalismo, planejamento gráfico, metodologia científica, etc. E não para por aí, já que estou prestes a concluir a pós-graduação em Comunicação e Política e devo ingressar num Mestrado daqui um tempo.
Sem o mínimo de humildade, afirmo que o meu diploma tem muito valor e que o meu trabalho não fere a liberdade de expressão de ninguém, afinal a página de opinião do jornal está à disposição do cidadão. Mais do que isso, agradeço às minhas fontes por confiarem a mim as histórias de suas vidas, muitas vezes sem final feliz. São estas pessoas que me proporcionam o prazer de levantar diariamente disposta a contribuir para uma era melhor.

Tendência Para Morrer


A vida de mulherzinha muitas vezes me tira do sério. Eu sei que só assim terei o prazer de, um dia, carregar no ventre outra vida; que serei referência para um outro ser e que possuo uma sensibilidade superior diante do sexo masculino. Mas em dias como hoje, isso não basta!
A Tensão Pré Menstrual (TPM) é algo inconcebível de tão desagradável. Acompanhe os fatos (o que está em maiúsculo é “o que se passa nessa cabecinha, é claro que era da minha, você não pode duvidar”, como cantavam Raimundos):
- Acordei ao som de um carro anunciando concurso de modelos: A TROCO DE QUÊ ESSA M**** PASSA NA FRENTE DA MINHA CASA SE EU NÃO SOU MODELO E NEM TENHO JEITO PRA TAL PROFISSÃO??????
- Cheguei no trabalho e procurei a Simone no msn. Queria conversar, ora! ELA NÃO TAVAAAAA!
- Puxei conversa com a Luane e ela deu uma resposta rápida. QUE INFERNO ESSA VIDA, QUE EU NÃO TENHO MAIS COM QUEM CONVERSAR. VIM PARAR NESTE FIM DE MUNDO E O MEU MUNDO CAIU.
- Pedi a um colega para tirar meu crédito como diagramadora de uma página, pois só fiz o projeto e o diagramador é ele. Ele disse que não, que eu era a diagramadora. SE EU DISSE QUE NÃO SOU, É PORQUE NÃO SOU. NÃO RENUNCIARIA UM CRÉDITO NUM TRABALHO MEU, NÃO ACHAAAAAAAAAA?
- Liguei para um entrevistado e ele não tava. O QUE UMA PESSOA FAZ NA RUA ÀS 12h10 min???? NÃO SENTE FOME NÃO???
- Saí para almoçar. Está frio, mas tem um sol lindo. Só que no meu caminho, o lado da rua que tem sol, existem árvores. QUEM INVENTOU ISSO???? PORQUE NÃO PLANTARAM ESSAS ÁRVORES EM ÁREAS DEGRADADAS??? NEM NO SOL NÃO SE PODE ANDAR MAIS?????????????
- Ao chegar no restaurante, percebi que aumentou R$1,00 o preço do quilo da comida. Eu almoço lá há uns três meses e é a quarta vez que inflaciona. NÃO TENHO OUTRA OPÇÃO, NÃO TEM RESTAURANTE COM PREÇO ACESSÍVEL NESTA CIDADE E OS SUPERMERCADOS FECHAM ÀS 18H30, 19H. ONDE JÁ SE VIU ISSO???? DE FATO O MEU MUNDO CAIUUUUUUUU!!!!!!!!
Sim, eu pensei tudo isso. Depois que o pensamento se forma, logo vem um outro que debocha do primeiro, por ser tão tolo. Aí, eu choro por ser uma idiota e é por ser idiota assim que nada dá certo pra mim. BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ.

E a história se repete, a cada 28 dias.

Trilha sonora: Meu mundo caiu - Maysa

sexta-feira, junho 19, 2009

Circo contrata palhaços profissionais e aprendizes


De jornalistas profissionais a palhaços com registro...
E queremos ver o circo pegar fogo!

Venha e participe!
Manifesto pela obrigatoriedade do diploma para jornalistas.
Faça cópias do seu diploma ou matrícula no curso de jornalismo, vista seu nariz de palhaço e defenda a profissão.

Sábado, 20/06
10h
Praça Saldanha Marinho - Santa Maria.