A ligação entre carro e música não é novidade. Um exemplo são as pessoas que possuem em seus automóveis, aparelhos de som que valem mais do que o próprio veículo. Este casamento é de tempos atrás. Lá da época em que "ela foi vista com outro num Fuscão preto na cidade a rodar". Isso era o que cantava Almir Rogério, na década de 1980, o que lhe rendeu disco de diamante.
Mas o namoro entre som e velocidade iniciou lá quando "uma garota fez sinal pra eu parar e no meu Calhambeque fez questão de passear", música trabalhada por Roberto Carlos, em 1963, e um dos ícones da Jovem Guarda. O mesmo Roberto gostou deste romance e faturou fãs e prestígio desde que fez o convite " Se você pretende saber quem eu sou, eu posso lhe dizer. Entre no meu carro, na estrada de Santos, e você vai me conhecer". No mesmo estilo romântico ousadinho, "pego meu carango e vou pro Guarujá", entoava Wilson Simonal, contemporaneamente. Já numa propaganda ufanista escancarada, Jorge Bem Jor demonstrava que não precisava de muito para sobreviver "Tenho um fusca e um violão, sou Flamengo, tenho uma nêga chamada Tereza. Mas que beleza!".
Marcando uma fase que em boa parte das letras permaneciam os sentimentos de desilusão, Raul Seixas confirmou dizendo que deveria "estar feliz porque conseguiu comprar um Corcel 73". A crítica ao regime militar vigente na época estava implícita. Também em ritmo de contestação, na década de 80, as lembranças remetiam a 1963, quando "a gente fugia de noite, numa fissura que não tinha fim, na garagem da vovó tinha o banco do Simca Chambord", no som da banda Camisa de Vênus. A "Veraneio vascaína que vem dobrando à esquina", ao som de Aborto Elétrico, banda que originou, posteriormente, Legião Urbana e Capital Inicial, participava deste movimento de crítica, neste caso, sobre a polícia carioca, que possuía Veraneios com as cores do time Vasco da Gama. A música em questão foi censurada.
E até para quem não tinha carro ou não tinha idade para dirigir, havia uma solução musical, como demonstra Angélica: "Vou de táxi, mas só pra te ver". A tristeza voltou a habitar na década de 90, com "os pedaços do Opala azul de Johnny pelo chão", da Legião Urbana.
O escracho tomou conta nas composições mais atuais, como se comprova através da "Brasília Amarela que está de portas abertas" e consagrou os Mamonas Assassinas. Fez a banda gaúcha Maria do Relento tornar-se conhecida após "correr no Corcel 72 movido a gás". Não deixou Ivete Sangalo a pé, já que tinha um carro velho "pois eu sei que andar a pé, amor, é lenha!". E lembra dos carros que citamos, no início do texto? Pois é, também já foram musicados por Ivonir Machado: "O meu carro bem pegado vem na onda dos magrão, caprichei numa sonzeira, vale mais que o Chevettão".
Mas o namoro entre som e velocidade iniciou lá quando "uma garota fez sinal pra eu parar e no meu Calhambeque fez questão de passear", música trabalhada por Roberto Carlos, em 1963, e um dos ícones da Jovem Guarda. O mesmo Roberto gostou deste romance e faturou fãs e prestígio desde que fez o convite " Se você pretende saber quem eu sou, eu posso lhe dizer. Entre no meu carro, na estrada de Santos, e você vai me conhecer". No mesmo estilo romântico ousadinho, "pego meu carango e vou pro Guarujá", entoava Wilson Simonal, contemporaneamente. Já numa propaganda ufanista escancarada, Jorge Bem Jor demonstrava que não precisava de muito para sobreviver "Tenho um fusca e um violão, sou Flamengo, tenho uma nêga chamada Tereza. Mas que beleza!".
Marcando uma fase que em boa parte das letras permaneciam os sentimentos de desilusão, Raul Seixas confirmou dizendo que deveria "estar feliz porque conseguiu comprar um Corcel 73". A crítica ao regime militar vigente na época estava implícita. Também em ritmo de contestação, na década de 80, as lembranças remetiam a 1963, quando "a gente fugia de noite, numa fissura que não tinha fim, na garagem da vovó tinha o banco do Simca Chambord", no som da banda Camisa de Vênus. A "Veraneio vascaína que vem dobrando à esquina", ao som de Aborto Elétrico, banda que originou, posteriormente, Legião Urbana e Capital Inicial, participava deste movimento de crítica, neste caso, sobre a polícia carioca, que possuía Veraneios com as cores do time Vasco da Gama. A música em questão foi censurada.
E até para quem não tinha carro ou não tinha idade para dirigir, havia uma solução musical, como demonstra Angélica: "Vou de táxi, mas só pra te ver". A tristeza voltou a habitar na década de 90, com "os pedaços do Opala azul de Johnny pelo chão", da Legião Urbana.
O escracho tomou conta nas composições mais atuais, como se comprova através da "Brasília Amarela que está de portas abertas" e consagrou os Mamonas Assassinas. Fez a banda gaúcha Maria do Relento tornar-se conhecida após "correr no Corcel 72 movido a gás". Não deixou Ivete Sangalo a pé, já que tinha um carro velho "pois eu sei que andar a pé, amor, é lenha!". E lembra dos carros que citamos, no início do texto? Pois é, também já foram musicados por Ivonir Machado: "O meu carro bem pegado vem na onda dos magrão, caprichei numa sonzeira, vale mais que o Chevettão".
2 comentários:
A-do-rei. Muito boas as referências.. e que me memória, hein? Eu não lembraria dessas músicas todas... bj bj.
Nosso amor é um Opala, Pequena. É grande, forte e não sai de moda!
Bjão!
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