segunda-feira, março 24, 2008

O que os netos ouvirão [1]

Sábado de primavera. Clima ameno. Sofia e Paula haviam combinado de ir a uma festa que tinha pela cidade. Bethânia optou por ficar em casa. As três aguardavam a hora passar ali, na sacada. Entre uma fofoca e uma gargalhada, passa uma turma de meninos e meninas.
- Oi gurias! – chama o rapaz.
- Oi! – coro de vozes femininas.
- Vão ficar em casa num sábado????
- É... – responde Bethânia.
- Não! Vamos sair. – corta Sofia.
- Ah que pena... mas se quiserem ir numa festa conosco, é só ligar. Meu telefone é 99576789. – galanteia.
- Tá, mas qual é o teu nome?
- Pedro.
- Certo. – finaliza Bethânia.

- Bethânia! Tu nem pensa em fazer uma coisa dessas!
- Táááá Sofia! Eu não vou ir!
- Se tu for, eu vou ficar muito braba!
- Mas eu não vou... Oh, tá tocando meu telefone.

- Alô! Oi Ju!
- Vem beber uma ceva aqui em casa!
- Olha só, tu não quer ir numa festa do além comigo?
- Ué, vamos!
- Vou tomar banho e desço aí.


A festa foi combinada. Ju desistiu de ir. Bethânia não. Era uma festa estranha com gente esquisita o que não impediu que durasse até a manhã do dia seguinte. Sofia ficou um pouco braba. E Bethânia nunca mais viu nenhuma das pessoas que lá estavam.

terça-feira, março 11, 2008

Ampulheta

Tempos sem escrever. Tempos sem motivos de grandes alegrias.
Tempos de conhecer pessoas que julgava já conhecer.
Tempos de ver a falta de paciência – e perturbar-se com ela.
Tempos de ver que o que é verdadeiro permanece.
Tempos de busca desenfreada por novos horizontes.
Tempos de buscar novos suspiros, novos perfumes, novos sorrisos. Tempos de crise.
Tempos de indecisão. Tempos de decepção.
Tempos de planos.
Tempos...

“Tempo amigo, seja legal! Conto contigo pela madrugada...”


Trilha Sonora - Pato Fu.