quinta-feira, dezembro 18, 2008

Pílulas de fim de ano

Para encerrar o ano com saúde sonora, apresento-lhes duas novas pílulas, com efeito que promete prolongar-se por 2009. Alerto que pode viciar.
A primeira a ser prescrita é Guizado. Um projeto ousadinho, baseado numa salada de trumpete com música eletrônica, uma pitadinha de rock e algumas colheres de jazz, que lançou o primeiro disco em 2008: o Punx. Fazem parte deste, músicos de outras bandas, como Curumin, que eu falarei em breve. É possível ouvir o som desses rapazes no www.myspace.com/guizado . Aproveito para grifar que o Punx foi considerado pelo MTV Overdrive um dos cinco melhores discos lançados neste ano.
A segunda prescrição é: ouça Curumin nos dias mais estressantes. Em 2008, lançou seu segundo disco que, confesso, me fez lembrar Bob Marley. Não, não é reggae, porém simplicidade e calma são sensações transparecidas pelo som deste rapaz.. A mistura de samba, soul, reggae e até mesmo o rap, resultam em música popular brasileira modernizada e inovadora. As canções em japonês só aumentam o charme do trabalho do moço. Assim como Guizado, Curumin também pode ser ouvido pelo www.myspace.com/curumin .
Aproveitando o ensejo de ser esta a última coluna do ano, desejo a ti leitor, um 2009 musical, lotado de dias felizes e histórias para contar no futuro.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Broto displicente

Com a chegada dos últimos dias do ano, não tem como não relacionar música com o especial do Roberto Carlos, na Rede Globo. É sempre a mesma coisa: canta grandes sucessos, faz cara de bom samaritano e fala com uma voz emocionada. As surpresas, quando existem, ficam por conta de um repertório um tanto quanto discutível, como em 2007, quando o rei cantou "Se ela dança, eu danço".
Porém, quem conhece a obra deste rapaz, desde o início, lá no final da década de 50, sabe por que ele é considerado o rei. Foi nesta época que ele conheceu Tim Maia e Erasmo Carlos e formaram uma banda, com influência de Elvis Presley e Chuck Berry. Depois, a banda terminou-se e Roberto Carlos iniciou o trabalho solo, sendo que seu primeiro LP foi um fracasso.
Já na década de 60, lançou um segundo disco, no qual "Parei na contramão" foi um sucesso. As músicas eram compostas junto ou somente por Erasmo Carlos. A partir daí, discos eram lançados anualmente e como resultado, a admiração do público. O movimento Jovem Guarda tornou-se reconhecido, e nem bombeiro pode apagar. Diferente de outros movimentos contemporâneos, este não possuía apelo político, baseava-se em rock’n roll e moda dos brotos displicentes.
Os anos 70 trouxeram um Roberto Carlos mais romântico, com todos os detalhes tão pequenos de nós dois. A partir daí, canções com pitadas religiosas também passaram a ser cantadas. Na década de 80, ocorreu o reconhecimento internacional. E o rei era cada vez mais majestade. Na década de 90, a vendagem de discos superou a dos Beatles, na América Latina. Em contraponto, as músicas não eram mais daquela qualidade do início da carreira. Romantismo exacerbado e ter a imagem ligada à um canal de televisão já não convencem tanto. Percebe-se pelas regravações de músicos da atualidade, que optam por antigos sucessos, como Titãs com ensinando que é preciso saber viver e Jota Quest que desejou que tudo mais fosse pro inferno.. Mas pelo visto, nem pelas curvas da estrada de Santos, nem pela música brasileira ele vai parar: em 2008, lançou um Cd em parceria com o Caetano Veloso, cantando sucessos de Tom Jobim.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Beatlemania


Dia desses, fazendo pesquisas em jornais da década de 60, encontrei uma notícia sobre os reis do iê-iê-iê. O curioso é que não citava em nenhum momento o nome da banda (The Beatles) na matéria. Posteriormente, vim a descobrir que era proibido pela censura, devido à ditadura civil-militar existente no Brasil.
Mesmo assim, não houve o que impedisse! O quarteto formado no final dos anos 50, em Liverpool, na Inglaterra, é considerado um dos maiores símbolos do século XX. Além das músicas, roupas e cortes de cabelo tornar-se-iam moda. Mais do que isso, os Beatles inovaram em outros aspectos, como encartar junto ao disco as letras das músicas e fotos da banda, produção de videoclipes e misturar ritmos, como música indiana e rock’n roll.
E a música é tão boa, que até o Papa gosta. Mesmo em 1966, John Lennon tendo declarado que os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo, o que causou polêmica entre os católicos. No sábado passado, o jornal da Cidade do Vaticano L’Osservatore Romano, responsável pelas publicações oficiais do Papa e membros importantes do clero, afirmou que o som dos reis do iê-iê-iê eram criativos e destacaram a diferença das músicas produzidas naquela época aos sons estereotipados produzidos na atualidade.
Encontrados em sebos, os discos de vinil do quarteto de Liverpool hoje são supervalorizados. Enquanto um LP de qualquer outro artista custa no máximo R$ 15,00, dos Beatles encontra-se por R$25,00 ou R$ 30,00 e não é fácil de achar. Para matar a saudade, também é válido assistir ao show da Band On The Run, que acontece no Theatro Treze de Maio, em Santa Maria, no dia 02 de dezembro. Este é um grupo que não busca imitar o grupo inglês e sim interpretar as músicas com uma roupagem própria. Garanto: é um espetáculo emocionante. E se o Papa admira, quem sou eu pra discordar.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Lua de cristal que me faz sonhar

No final de semana vi minha sobrinha, de três anos, cantando uma música que foi o pivô da minha alfabetização: o Abecedário da Xuxa. E, sem forçar a memória, cheguei à conclusão de que as músicas infantis fixam. Trem da Alegria, Turma do Balão Mágico e Xuxa fazem parte da lista (interminável?!) dos meus preferidos.
Quem não foi de táxi (‘cê sabe... tava morrendo de saudade) ou voou na cauda de um cometa? Colou o desenho pra ver se cola ou viu que bonita sua roupa, que roupinha muito louca? Desculpou-se por ser ousadinha ou percebeu que de repente a gente se enamora?
Uma prova de que não sou tão fora de moda assim, uma grande festa em Porto Alegre, que junta milhares de pessoas, é a festa Balonê, na qual a discotecagem é somente anos 80 e na última edição trouxe o show da cantora Rosana (como uma deusa...). Aqui pertinho, tem três versões acessíveis: a festa Clube da Criança Junkie, Bubblegum e Expresso 362, que trazem tudo que se possa imaginar dos anos 80 e início dos 90. Festas sempre animadíssimas, diga-se de passagem.
O que me preocupa é se a minha sobrinha e toda sua geração terão as mesmas boas lembranças que eu, daqui alguns anos. Por mais que sejam educadas sonoramente bem, sempre escapa um Mc Creu pela rua ou uma Dança da Minhoca em alguma rádio. Creio que assim, nem unidos venceremos a semente do mal.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Definição psicodelia?

Tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz tuntiz...
Não entendeu? Nem eu!!! Alguém poderia me desenhar o que significa a tal música eletrônica? Explicar não adianta, tem que desenhar mesmo. Até já me disseram que o Skol Beats é um dos maiores festivais de música eletrônica e acontece no Brasil e que trouxe, em sua última edição, a Justice, dupla francesa que é um sucesso nas pistas de todo o mundo. Mas não me convenceu. Desenha?!

terça-feira, novembro 11, 2008

Triste fim? Há controvérsias...


Eu ainda não havia engolido muito bem o fim dos Los Hermanos. Por gostar muito do som deles (me poupe de Anna Júlia, por favor!), me deu um certo medo de vê-los daqui há 20 anos, em estado decadente. Assim como o Capital Inicial, por exemplo, que nos anos 80 era considerada uma banda alternativa, sendo classificada, inclusive, como underground e tinha músicas polêmicas, como Veraneio Vascaína – que foi censurada pela Polícia Federal. Depois de um tempo parados, retornaram com um CD Acústico MTV, contendo releituras de antigos sucessos e daí em diante, partiu para uma fase de hit’s pop’s, desvencilhando-se totalmente do rótulo "banda inteligente" que possuíam. Assim como eles, também tem a De Falla, banda gaúcha dos anos 80, que na era 2000, resolveu cantar "Popozuda"... eu, hein!
Para minha alegria e acúmulo de esperanças, Los Hermanos conseguirá seguir um caminho diferente, pois, mesmo que não voltem a tocar juntos, os novos projetos parecem estar dignos! O CD solo do Marcelo Camelo está de "chorar no cantinho". Lindo, com composições meigas e viciantes. Além disso, o Rodrigo Amarante, outro ex-Hermano, que em 2007 lançou com a Orquestra Imperial um disco com diversos sambas de gafieira, que fazem bem aos ouvidos, agora, se dedica a um novo trabalho. Junto com o baterista do The Strokes e sua namorada Binki Shapiro, dá início à banda Little Joy, que resultará em um álbum a chegar ao domínio público em novembro. Desse jeito, quase me convenço que o fim da banda não foi tão ruim assim... Quase...

sexta-feira, outubro 17, 2008

Veludosas vozes

Tenho uma confissão a fazer: vozes femininas chegam diariamente aos meus ouvidos. Embora considere um talento “de outro mundo”, não me refiro a fantasmas. De uns tempos pra cá, as meninas vêm se destacando na música brasileira, inclusive com reconhecimento internacional. Um exemplo é Marisa Monte, que foi convidada por Julieta Venegas – cantora em ótima fase – para participar do CD MTV Unplugged.
Fernanda Takai, Vanessa da Matta, Maria Rita vêm surpreendendo a cada disco lançado, trazendo à tona a qualidade que, por muitas vezes, fica escondida atrás de Tati’s Quebra-Barraco e Bondes de Popozudas (argh!) que andam desfilando em algumas rádios por aí. Ah, não pode comparar pop com erudito? Então experimenta ouvir uma Ivete Sangalo à capela e confere se não é possível se encantar... Interessante também é o som da cantora CéU (sim, é assim que escreve) que mistura vários ritmos: MPB, jazz, hip hop, entre outros. Neste ano, lançou o disco “Sonantes”, que é uma boa dica, pra escutar calmamente. Já que comecei nas dicas, finalizo com mais algumas: disco Samba Meu, da Maria Rita, de 2007; Barulhinho Bom, da Marisa Monte; Onde Brilhem os Olhos Teus, de 2007, onde a Fernanda Takai canta Nara Leão. Vozes femininas também invadirão seus ouvidos.
Texto publicado no Jornal A Fonte de 06/09/2008.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Amor Feinho


Eu quero amor feinho.

Amor feinho não olha um pro outro. Uma vez encontrado, é igual fé,não teologa mais.

Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo e filhos tem os quantos haja.

Tudo que não fala, faz.

Planta beijo de três cores ao redor da casa e saudade roxa e branca, da comum e da dobrada.

Amor feinho é bom porque não fica velho.

Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: eu sou homem você é mulher.

Amor feinho não tem ilusão,

o que ele tem é esperança: eu quero amor feinho.


Adélia Prado



Ãi meu coração... tum tum piiiiiiiiiii

terça-feira, julho 01, 2008

Cada acorde em seu lugar - por Fernanda Couto


Antes de chegar ao palco, discretamente teve de cuspir. Nojento? Que nada! Ele tava meio ruim do ‘catarro’ como justificou alguns minutos depois. E nessa simplicidade, ele subiu, chamou a atenção da criançada inquieta e falou sobre música, profissão e literatura. Duca Leindecker, guitarrista e vocalista da banda Cidadão Quem, autor dos livros “A casa da esquina” e “A favor do vento” e também da trilha sonora do filme “As vidas de Maria”, foi uma das grandes atrações da III Feira Regional do Livro de São Sepé.
Num bate-papo descontraído, Leindecker trouxe em seu discurso a infelicidade de alguns: “Vou parar um pouco com a Cidadão, por motivos pessoais.”. Mas os fãs não ficarão a ver navios, pois um projeto do Humberto Gessinger, líder da banda Engenheiros do Hawaii, com Duca está para ser lançado até o final do ano. Ambos já trabalharam juntos, inclusive na composição de uma música pertencente ao álbum 7! da Cidadão Quem.
Leindecker escritor não teme em se assumir e justifica: “O Duca escritor é o Duca mesmo. O livro te expõe de uma forma mais profunda. Afinal, toda a forma de arte tem de ser um sentimento verdadeiro extravasado.”. Uma nova obra já está sendo preparada, que fala sobre um artista plástico que faz telas pelas quais as pessoas se encantam. É um realismo fantástico, porém autobiográfico. “Os livros sempre são o espelho de algo que o cara viveu. Se as pessoas colocassem para fora o que sentem, canalizassem a energia em algo produtivo, o mundo seria muito melhor!”, sugere o artista.
A fórmula do sucesso se explica com a relação de amor com o público gaúcho. “O gaúcho se acha, mas tem motivos. Eu sou artista regional, o RS tem uma coisa que nenhum estado e arrisco a dizer que nenhum outro lugar do mundo tem. Tenho uma relação de amor com o estado. Construí tudo aqui e fui muito acolhido. É uma relação que rende mesmo.”, finaliza o artista após alguns chimarrões.





(Entrevista realizada para o jornal A Fonte)


"Sonhei que as pessoas eram boas em um mundo de amor e acordei nesse mundo marginal".



Trilha sonora: Dia Especial - Cidadão Quem

quarta-feira, junho 18, 2008

Receita de Chocolate


As aparências denunciavam: o novo álibi estava ali, ao lado direito. Bethânia tenta adaptar-se às tendências (tão novas e surreais). À esquerda, ele passava. Em silêncio, com o olhar perdido. Passou e sentou. De lá não saiu.
O encanto com a direita, como previsto, tornou-se em ilusão. Bethânia já não importava-se com isso, afinal, grandes alegrias compensavam tais acontecimentos. Exercitando-se contra torcicolos, a esquerda chamou sua atenção.

Uma dose de paciência,
Duas xícaras de atos comedidos,
Uma pitada de encanto.

Aquele olhar perdido escondia o livro das receitas.





"... de chocolate que o amor é feito. De chocolate, choco choco chocolate bate o meu coração..."



Trilha Sonora: É de chocolate - Xuxa

segunda-feira, maio 19, 2008

Semáforo

O coração parou de acelerar diante de tal visão.
A ligação deixou de existir, de ter razão.
A sede de novidades voltou a incomodar.

Querer mais e mais e mais teve seu preço.

Hoje, sorrisos tranquilos, saudade apertando e um caminho a trilhar.

O sinal abriu.


...a novidade veio dar à praia na qualidade rara de sereia...

segunda-feira, março 24, 2008

O que os netos ouvirão [1]

Sábado de primavera. Clima ameno. Sofia e Paula haviam combinado de ir a uma festa que tinha pela cidade. Bethânia optou por ficar em casa. As três aguardavam a hora passar ali, na sacada. Entre uma fofoca e uma gargalhada, passa uma turma de meninos e meninas.
- Oi gurias! – chama o rapaz.
- Oi! – coro de vozes femininas.
- Vão ficar em casa num sábado????
- É... – responde Bethânia.
- Não! Vamos sair. – corta Sofia.
- Ah que pena... mas se quiserem ir numa festa conosco, é só ligar. Meu telefone é 99576789. – galanteia.
- Tá, mas qual é o teu nome?
- Pedro.
- Certo. – finaliza Bethânia.

- Bethânia! Tu nem pensa em fazer uma coisa dessas!
- Táááá Sofia! Eu não vou ir!
- Se tu for, eu vou ficar muito braba!
- Mas eu não vou... Oh, tá tocando meu telefone.

- Alô! Oi Ju!
- Vem beber uma ceva aqui em casa!
- Olha só, tu não quer ir numa festa do além comigo?
- Ué, vamos!
- Vou tomar banho e desço aí.


A festa foi combinada. Ju desistiu de ir. Bethânia não. Era uma festa estranha com gente esquisita o que não impediu que durasse até a manhã do dia seguinte. Sofia ficou um pouco braba. E Bethânia nunca mais viu nenhuma das pessoas que lá estavam.

terça-feira, março 11, 2008

Ampulheta

Tempos sem escrever. Tempos sem motivos de grandes alegrias.
Tempos de conhecer pessoas que julgava já conhecer.
Tempos de ver a falta de paciência – e perturbar-se com ela.
Tempos de ver que o que é verdadeiro permanece.
Tempos de busca desenfreada por novos horizontes.
Tempos de buscar novos suspiros, novos perfumes, novos sorrisos. Tempos de crise.
Tempos de indecisão. Tempos de decepção.
Tempos de planos.
Tempos...

“Tempo amigo, seja legal! Conto contigo pela madrugada...”


Trilha Sonora - Pato Fu.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Reflexões de carnaval

Será um chip que faz os corpos balançarem freneticamente à batida "tun dum ticudundum dum"?

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Frustração

Bethânia por fim havia se decidido. Ela já sabia do óbvio, mas no fundo... bem no fundo sempre sobrevivia uma mísera esperança. Mas desta vez ela estava decidida. Andava tranquila, sem pensar em bobagens. Lia com maior freqüência, ria com mais vontade. Comia e bebia menos. Parecia estar no caminho certo.
As datas importantes passaram, e ela não exagerou. Mandou as felicitações de uma forma carinhosa, porém distante. Ignorar parecia ser a solução. Fred sempre fez assim... O telefone toca: uma mensagem. Dois segundos e Bethânia tremia, não conseguia passar o lápis no olho, enfiar a chave na fechadura, andar em linha reta. O coração batia descompassado.
Chega tentando parecer natural. Senta no mesmo tempo em que ele levanta e vem cumprimetá-la. Um abraço, dois abraços, quatro abraços. Trivialidades. Descompasso. Tremedeira. Frustrantemente, ela sorri feliz.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Balanço

Num blog que não tem nenhuma proposta diferente, é possível fazer qualquer tipo de postagem comum. E a de balanço do ano que passou não foge à esta regra... Sendo assim,
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Balanço 2007
Foi o ano das viagens: da fuga pra uma casa de campo, de carnaval em pleno Big Brother Brasil e noite na serra com volta às pressas.
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Foi ano de cair de quatro em frente aos estabelecimentos, de invadir quartos, de exigir desconto no churrasquinho, de fazer montinho enquanto a banda toca e de uma grande filosofia: "puxassaquismo não leva a nada!"
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Foi ano de grande amor, de querer ser feliz pra sempre, de aprender o significado de ensemble, assim de descobrir que quem te faz acreditar nem sempre acredita; Ano de conhecer um monstro maléfico e debochado, e que me faz - quase sempre - tão bem; Ano de ver o mundo acordar e a gente dormir (e o dia nascer feliz).
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Foi ano da boca podre ser boca limpa por alguns momentos; De entrar no Theatro e ouvir o trabalho ser aplaudido, ou entrar como uma selvagem pós chuva.
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Foi ano de ditadura militar, de arquivo municipal acompanhada de milhares de ácaros, de entrevistas inesquecíveis, de leituras edificantes e de um documentário produzido.
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Foi ano de perda, de uma torcedora a menos na minha torcida; de uma Oca a menos no meu cotidiano; de uma turma a menos na faculdade.
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Foi ano das grandes pessoas, em destaque as mais do que especiais que se conheceu no último quatriênio, de lembrar já com saudade, de querer reencontro.
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Foi um ano de orgulho, de um mestre querido, de 29 novos jornalistas, de um sobrinho quase lá, de algumas pessoas especiais passarem por provas de fogo, de um 9,7 com gosto de 10,0²³¹²¹²³¹³¹³¹³²¹³¹³²¹.
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Enfim, 2007 foi um ano de preparação, reequilíbrio e encerramento de uma fase. Sei que nada será como antes amanhã...