quarta-feira, março 25, 2009

Eu disse não

(Foto AFP para Globo.com)
Não sei se isso contribui com o tesão, mas uma empresa francesa lançou no mercado camisinhas com a imagem do papa Bento XVI e a segiunte frase: "Eu disse não". O intuito é ironizar a declaração do líder da igreja Católica, que afirma para quem quiser ouvir que distribuição de camisinha não ajuda no combate à Aids.
Sacada comercial no mínimo espirituosa...

quarta-feira, março 18, 2009

Até enjoar e nunca mais aparecer


Foram quatro dias de folga para a maioria dos brasileiros (eu ainda acho que folga é para os fracos...)... muita música, samba no pé e axé nos ouvidinhos. O Carnaval, além de fazer o povo se animar, é uma maternidade de sucessos que perdurarão durante o ano. Sempre surge um hit que, posteriormente, será considerado a grande música do verão.
No final da década de 90, rádios e programas de TV abusaram de nossos tímpanos com a tal história de "bate forte o tambor que eu quero é tic tic tac", música do grupo amazonense Carrapicho, criado em 1980, com a finalidade de difundir a música folclórica do Estado. Esse ainda tinha um propósito, mas e o tal do "pinto do meu pai, fugiu com a galinha da vizinha", representação sonora difundida pelo grupo Raça Pura e precursor de coreografias e muitos pedidos nas rádios? O que une um sucesso ao outro? Foi único. Nunca mais se ouviu falar em nenhuma das bandas citadas.
Esse barco que afunda rápido não é exclusivo da atualidade, onde é mais fácil lançar um CD do que dormir. Na década de 60, a música "O bom", foi o grande e exclusivo hit de Eduardo Araújo. Lá por 1994, vinha "o negão, cheio de paixão te cata te cata te cata querendo ganhar todas as menininhas...", através das vozes do grupo Cravo e Canela. Seguindo a mesma tendência, os Virgulóides não passaram pela experiência da fama por uma segunda música. Será que foi por que não descobriram de quem era o bagulho no bumba? A dúvida que permanece é de quem será o próximo grande campeão do troféu efemeridade.

quinta-feira, março 05, 2009

Bê de Baixinho

É tarde de Carnaval infantil. Ana Carolina, na inocência de seus quatro anos, chega em casa exclamando:
- Ouvi uma coisa absurda!
- O quê?
- Uma música que tocou lá no Carnaval...
- Mas por que era absurda? O que dizia?
- Eu não sei toda, mas tinha uma parte que dizia 'bebê, caí e levantá'.
- Mas e daí?
- Ora! Se o bebê cair ele vai chorar, ele não vai saber levantar.
Pois então, venha me dizer que a música não influencia as crianças. Depois deste comentário, a pequena ficou mais uns dois dias cantando a tal canção. Não compreendo o que leva um adulto a executar esse tipo de som em uma festa infantil. Porque não pára por aí. É o tal de “créu créu créu” ( que os pequenos sabem toda a coreografia!), Kelly Key com “a gente sai... a gente sai escondido pra beijar na boca e fazer amor” e o próprio “beber, cair e levantar”, que digamos que não é das melhores influências para quem está formando sua personalidade.
Costumo dizer que a Xuxa foi minha babá, pois era sagrado meu encontro com ela todas as manhãs. E podem dizer que ela fez filme erótico, que usava pouca roupa e isso e aquilo. É verdade, eu sei, porém uma criança não assimila esse tipo de informação e sim a idéia de que “tudo que eu quiser eu vou tentar melhor do que já fiz, esteja o meu destino onde estiver, eu vou tentar a sorte e ser feliz”, entoada na voz da rainha dos baixinhos. Além dela, outros nomes construíram um legado de músicas próprias para a faixa etária menor, como Trem da Alegria e Balão Mágico. Inclusive as histórias de amor eram cantadas com maior meiguice, onde a proposta era “cola o teu desenho no meu pra ver se cola, cola o teu retrato no meu e me namora”. Até o seriado Chaves, embora se utilizasse da violência tosca (pipipipipipi), possuía uma trilha sonora agradável aos pequenos ouvidinhos. (Que bonita sua roupa, que roupinha mucho louca...)
Sinto uma carência no mercado fonográfico infantil, e parece que não há interesse em ser suprida. Duvido que um pai ou uma mãe prefira comprar um CD do MC Créu pro filho de três anos ouvir, do que um próprio para o mundo infantil. Há pouco tempo foi lançado um disco intitulado Canções de Ninar, direcionado para os pequenos, no qual, dentre elas, estava “Ursinho de Dormir” do Armandinho, música que possui a seguinte frase “eu tenho um beck pra depois”. Chega a ser ridículo...Mais do que irritada, torço, aliás, sou líder da torcida para que as gravadoras tornem a explorar este nicho de mercado. E que seja antes dos meus filhos virem ao mundo, senão vão me achar breguíssima quando eu contar que aprendi a ler e escrever com Abcdário da Xuxa...